sábado, 8 de agosto de 2009

A história de Vater - parte II

by Regina Hein

Uma correção. A casa da Pelotas, que nós morávamos, era do Opapa (vovô) Sommer, e não do Bruder.

Nosso bisavô enterrou, em latas de aveia, todo o dinheiro que ele tinha inclusive o dinheiro que dava para comprar parte do terreno que hoje é o Ibirapuera. Era um avarento, talvez resultado de uma vida tão difícil e duas guerras. Ele correu muito atrás da Ciloca, que sempre achou as terras do quintal da casa na 9 de julho improdutivas e ótimas para uma horta. Cada tentativa dela em plantar uma horta o velhote gritava que ela queria roubá-lo, desenterrando o dinheiro que ele enterrava. Ele agonizou no leito de morte, sem morrer, por apego material. O Opapa era espírita, e foi ele quem rezou e iluminou nosso bisavô para morrer em paz.
Do dinheiro enterrado, nem as latas resistiram ao tempo e a umidade da terra. Apodreceu tudo e as moedas perderam o valor. Muitas, nem foram encontradas.

Maninho, a indústria “Ceras Parquetina” ficava na VI Centenário, esquina com a rua Pedro de Toledo. O CIEE já estava na Tabapuã e eu neste apartamento que moro hoje, quando foi demolida para dar lugar a um condomínio de casarões de luxo. Eu acompanhei a demolição, porque até hoje faz parte do meu trajeto para o trabalho. E a pista de aeromodelismo, não fica mais lá há 20 anos...

4 comentários:

Cláu disse...

Latas de aveia... Ah tá, já dá pra entender de onde vem o hábito de comer aveia.

observer disse...

Aveia Mocóca, se não me falha a memória!

Ricardo Hein disse...

Suas linguarudas: aveia quaker!!!

Ricardo Hein disse...

Bem, quanto ao dinheiro enterrado, a Rê tem razão em parte: as cédulas realmente viraram uma pasta horrorosa, mas algumas moedas acabaram vindo parar nas minhas mãos, após terem passado pelas mãos do meu pai: meus filhos conhecem - são aquelas moedas de 400 réis que estão na caixinha que era do vô deles, meu pai.

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