A história de Vater - parte IV

O velho August Hein, o nosso Vater passou os últimos anos de sua vida morando no bairro do Itaim, na rua Bandeira Paulista (nome atual, pois na época, segundo o tio Reine, tinha outro nome) em São Paulo.

Naquela época o Itaim não tinha o glamour que tem hoje, pois era um bairro afastado do centro.

Pois bem, para lá mudou-se o Vater algum tempo depois que sua esposa, Emma Wenzel Hein faleceu em 1925, ainda na casa da rua José Antonio Coelho na Vila Mariana. Era uma casa com um terraço em toda lateral, e que no interior tinha dois quartos, sala, cozinha (com fogão a lenha) e um banheiro que ficava fora da casa, no final do terraço. A casa tinha ainda, logo após o banheiro, um quartinho (na verdade era um barracão) onde ele montou a sapataria. Era da sapataria que ele tirava o sustento.

Na foto ao lado, vê-se o Vater, muito elegante e cheio de pose, no terraço de sua casa no Itaim. Ele está de costas para a entrada da casa, um portãozinho de madeira no meio de uma cerca viva que vivia florida.

Houve uma época que seu filho Willy (meu avô) foi morar com ele levando junto sua segunda esposa Cily e seus filhos, não sei se todos, mas meu pai e o tio Reine com certeza.

Nessa casa ele morou até morrer em 1957, quando eu tinha apenas 10 anos. Nos últimos anos, como o Vater já estava bem velhinho (velhinho mas sempre altivo e marrento...) a tia Alma foi morar com ele. A tia Alma, para quem não sabe, era cunhada da tia Luti, que era filha da tia Luiza, uma das irmãs do meu avó. O Vater era portanto tio da tia Luti.

Era no quintal dessa casa, embaixo dos caixotes onde o Vater criava abelhas, que ele enterrava seu dinheiro. Nosso Vater colhia o mel, colocava em litros de leite (na época o leite era vendido em garrafas de vidro...) e presenteava os filhos, sobrinhos e netos. Lembro que o mel vinha com algumas abelhas junto!!!